quinta-feira, 26 de junho de 2014

Roda viva: jornal impresso versus mídias digitais


Imagem Google
O mundo já não é mais o mesmo, o jornalismo impresso também não. Na verdade nunca o foram. A roda viva, cantada por Chico Buarque, sempre existiu e sempre carregou tudo “pra lá”. A questão é: onde fica o “lá”, quando se fala em mídia impressa tradicional e a crise que enfrenta diante das mídias móveis? No futuro? No esquecimento? Numa outra realidade ou forma de se expressar, na qual o antigo e o novo possam caminhar juntos sem que um prejudique o outro? Perguntas não faltam nesta importante discussão.

    
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A roda viva girou e numa das voltas trouxe a tecnologia, um universo inteiro de possibilidades de comunicação e transmissão de informação. As mídias móveis ainda são uma novidade e toda novidade causa encantamento enquanto o velho é posto de lado. É o caso do jornal impresso, coitado, que tenta sobreviver nesse contexto de instantaneidade, no qual o leitor não precisa esperar até o dia seguinte para saber as notícias do dia. A internet atravessa o mundo em segundos e traz os acontecimentos em tempo real, que podem ser vistos pelo celular ou pelo tablet. Competição cruel para a mídia impressa. De fato, carregar um aparelho de celular no bolso ou na bolsa é muito mais prático que andar para cima e para baixo com um monte de papel de cheiro pouco agradável – o bom e velho jornal.

O debate toma outro rumo, no entanto, quando entra na pauta a qualidade do conteúdo. O que se lê na internet nem sempre pode estar vinculado a fontes confiáveis, já que possibilita a qualquer pessoa, jornalista ou não, criar conteúdo de informação. O jornal impresso, por sua vez, é mais completo e confiável. Tem tradição, credibilidade. Mas será que é possível salvá-lo da tragédia que se anuncia aos quatro ventos? Pode ser que sim e pode ser que não. O que é certo dizer, no entanto, é que o homem, um ser do seu tempo, inconstante, mutável, carrega em si a capacidade de se reinventar e jornalismo é feito por homens, o que implica pontos favoráveis ao sim, é possível salvá-lo.

Tal reinvenção será imprescindível para que o jornal impresso saia da crise,  encontre-se e volte a viver como nos bons tempos idos. Pode ser que esse reinventar-se tenha a ver com a forma de escrita e de edição com o objetivo de atrair os jovens, incentivá-los a conhecer esse outro mundo, o mundo do impresso e suas particularidades. O legado do jornalismo escrito em papel terá mais chance de ser passado adiante, se os jovens de hoje tiverem entendimento da importância desse meio para a sociedade.

É inegável a força das mídias móveis, assim como não há dúvidas que jornal impresso morre um pouquinho a cada dia desde o surgimento destes aparelhos. Mas a roda do mundo não vai parar de girar. E o fazer jornalístico do impresso precisa girar com ela, atentar-se às mudanças, mudar o que precisar ser mudado. Além disso, deve saber existir em harmonia com o novo de uma maneira que ambos reconheçam suas diferenças e, a partir destas, (re) construam um jornalismo de qualidade, digno de atravessar o tempo.