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O mundo já não é mais o
mesmo, o jornalismo impresso também não. Na verdade nunca o foram. A roda viva,
cantada por Chico Buarque, sempre existiu e sempre carregou tudo “pra lá”. A
questão é: onde fica o “lá”, quando se fala em mídia impressa tradicional e a
crise que enfrenta diante das mídias móveis? No futuro? No esquecimento? Numa outra
realidade ou forma de se expressar, na qual o antigo e o novo possam caminhar
juntos sem que um prejudique o outro? Perguntas não faltam nesta importante
discussão.
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A roda viva girou e numa das
voltas trouxe a tecnologia, um universo inteiro de possibilidades de
comunicação e transmissão de informação. As mídias móveis ainda são uma
novidade e toda novidade causa encantamento enquanto o velho é posto de lado. É
o caso do jornal impresso, coitado, que tenta sobreviver nesse contexto de
instantaneidade, no qual o leitor não precisa esperar até o dia seguinte para
saber as notícias do dia. A internet atravessa o mundo em segundos e traz os
acontecimentos em tempo real, que podem ser vistos pelo celular ou pelo tablet.
Competição cruel para a mídia impressa. De fato, carregar um aparelho de
celular no bolso ou na bolsa é muito mais prático que andar para cima e para
baixo com um monte de papel de cheiro pouco agradável – o bom e velho jornal.
O debate toma outro rumo, no
entanto, quando entra na pauta a qualidade do conteúdo. O que se lê na internet
nem sempre pode estar vinculado a fontes confiáveis, já que possibilita a
qualquer pessoa, jornalista ou não, criar conteúdo de informação. O jornal
impresso, por sua vez, é mais completo e confiável. Tem tradição,
credibilidade. Mas será que é possível salvá-lo da tragédia que se anuncia aos
quatro ventos? Pode ser que sim e pode ser que não. O que é certo dizer, no
entanto, é que o homem, um ser do seu tempo, inconstante, mutável, carrega em
si a capacidade de se reinventar e jornalismo é feito por homens, o que implica
pontos favoráveis ao sim, é possível salvá-lo.
Tal reinvenção será
imprescindível para que o jornal impresso saia da crise, encontre-se e volte a viver como nos bons
tempos idos. Pode ser que esse reinventar-se tenha a ver com a forma de escrita
e de edição com o objetivo de atrair os jovens, incentivá-los a conhecer esse
outro mundo, o mundo do impresso e suas particularidades. O legado do
jornalismo escrito em papel terá mais chance de ser passado adiante, se os
jovens de hoje tiverem entendimento da importância desse meio para a sociedade.
É inegável a força das mídias
móveis, assim como não há dúvidas que jornal impresso morre um pouquinho a cada
dia desde o surgimento destes aparelhos. Mas a roda do mundo não vai parar de
girar. E o fazer jornalístico do impresso precisa girar com ela, atentar-se às
mudanças, mudar o que precisar ser mudado. Além disso, deve saber existir em
harmonia com o novo de uma maneira que ambos reconheçam suas diferenças e, a
partir destas, (re) construam um jornalismo de qualidade, digno de atravessar o
tempo.