terça-feira, 10 de dezembro de 2013

As belezas da Serra do Cipó

Juquinha, uma das lendas da região
Já era noite quando chegamos à pousada das Bromélias, na Serra do Cipó, em Minas Gerais. Ansiávamos por conhecer as maravilhas da região. Cachoeiras, trilhas, Estátua do simpático Juquinha, Bar do Zeca e Fazenda Cipó Velho compunham o roteiro. Para que você, caro leitor, entenda melhor sobre este lugar incrivelmente lindo vou contar um pouco de sua história. Deixo aqui também minha percepção do que vi, senti e guardei deste pedacinho de paraíso.


O porquê do nome

Fazenda Cipó Velho
A expressão Serra do Cipó é usada desde o século XIX e apareceu pela primeira vez a partir do estabelecimento da Fazenda Cipó pela família Moraes. Até 2003, o distrito de mesmo nome, que pertence ao município de Santana do Riacho, ao sul da Serra do Espinhaço, denominava-se Cardeal Mota.

Serra do Cipó- MG
Há algumas versões para a origem no nome. A mais aceita o relaciona às curvas do rio Cipó que nasce encachoeirado, desce a serra e segue em curvas por uma grande baixada arenosa. Após esse percurso, ele se torna pedregoso, mas continua encachoeirado e serve de moldura para as corredeiras da Cachoeira Grande. Outra possibilidade associa o nome à quantidade de cipós nos cerrados, matas secas e vegetações da região.



Serra do Cipó- MG 
Alguns estudiosos acreditam que “cipó” era um modo errado de se falar e escrever “iapó”. A expressão em tupi-guarani quer dizer “rio que alaga” e era o nome de um rio situado ao norte do Paraná. Entre os séculos XVIII e XIX era grande o tráfego de tropeiros na área correspondente ao sul do país e Minas gerais. O rio Cipó possuía grandes várzeas de inundação que quando alagavam deixavam os tropeiros ilhados, já que não havia pontes. De tanto ser repetido, o nome cipó acabou ganhando autenticidade.

Breve histórico da região

Serra do Cipó- MG
Os contornos bem desenhados da Serra do Cipó foram amplamente usados como itinerário pelos bandeirantes paulistas que iam de São Paulo a Minas Gerais em busca de ouro e pedras preciosas. Seguiam pela Vila do Serro Frio, hoje, município do Serro e Arraial do Tejuco, atual cidade de Diamantina. Há indícios de que homens primitivos viveram ali. As marcas de pinturas rupestres encontradas em várias grutas e paredões atestam sua presença na região há mais de 12 mil anos. Devido a isso, segundo estudos, o acervo ganhou status de importante sitio arqueológico.O lugar ainda guarda vestígios de uma antiga estrada de pedras construída por escravos no período da colonização, atual Trilha dos Escravos. Por esse caminho passavam os tropeiros com suas mulas abarrotadas de ouro.

Durante o século XIX, viajantes da Europa, atraídos pelas lindas e ricas paisagens naturais da região, percorreram-na, a fim de conhecer e estudar sua fauna e flora. Por volta dos anos 50, após as realizações das primeiras conferências de turismo e da publicação de reportagens e estudos, mostrando sua beleza singular, Serra do Cipó começou a ser apresentada como ponto turístico. Há trabalhos científicos de importantes estudiosos, como Peter W. Lund e Eugene Warming e Saint Hilarie sobre o inestimável valor da região. Além da flora, destaca-se também a qualidade das águas.

O Parque Estadual da Serra do Cipó foi criado em 1975 e já em 1984, por conta de sua biodiversidade, tornou-se Parque Nacional e abrange uma área de 27.600 hectares. As Justificativas para a concepção do parque foram: a proteção da fauna e da flora; proteção da bacia de captação do rio Cipó e a preservação do cenário local, como cachoeiras, paredões de escaladas e trilhas.

O que experimentei

Fazenda Cipó Velho
Pois bem, viver é aventurar-se. Há várias formas de praticarmos este verbo e uma delas é por meio da viagem. Paisagens misturadas a tantas vozes, cantorias, olhares, sorrisos e gargalhadas em forma de recortes congelam na nossa memória. É como uma fotografia que não se pode rasgar, deletar, e que jamais amarela com o tempo porque é uma fotografia imaterial. Um retrato de momentos vivenciados, interpretados e guardados de diferentes maneiras nas lembranças de cada um. Cada espaço visitado, cada pequeno caminho trilhado, cada som de passarinho, de cachoeira derramando, cada sensação vivida ajuda-nos na construção de nosso “acervo” psicológico, intelectual e emocional.





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