sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O Willy Wonka brasileiro


Lançado em 2010, pela Editora Alaúde, em comemoração às 1000 lojas da “Cacau Show”, o Livro “Uma trufa e... 1000 lojas depois!”, do fundador da empresa, Alexandre Tadeu da Costa, nos leva à uma viagem, digamos que, quase encantada, sobre o inicio da que é hoje, a maior rede de franquias em chocolates do Brasil e a maior rede, em número de lojas de chocolates finos do mundo. O garoto de vida simples, como ele mesmo diz, do bairro paulistano da Casa Verde, iniciou seu projeto empreendedor com um investimento de 500 dólares; com apenas 17 anos, e hoje, 23 anos depois, mostra os resultados de sua vitoriosa empreitada.

Alexandre já foi comparado pela mídia, com Willy Wonka, tal qual a personagem do filme a “A Fantástica fábrica de chocolates”, ele é apaixonado pelo que faz, o que explica a razão de seu sucesso. Seu empreendimento, contudo, não é uma mera ficção, muito pelo contrário, é uma grande realidade. “O que a cacau show fez foi, basicamente, encontrar um nicho pouco explorado e trabalhar muito a partir daí", diz.

De fácil e agradável leitura, a narrativa é do começo ao fim, estimulante e motivadora, não apenas pelas palavras do autor, sempre cheias de otimismo e emoção, mas também pelas reflexões do professor Jose Luiz Tejon, seu amigo de múltipla atuação profissional, ao final de cada capítulo. Além, de citações utilizadas pelo autor, de pensadores como Og Mandino; Executivos, como Jack Welch considerado o executivo do século XX; e Dale Carnegie, autor do livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”. O livro conta também com ilustrações, imagens de colaboradores, de momentos marcantes da Cacau Show, do seu Instituto, da Escola de Samba Rosas de Ouro, campeã do carnaval 2010, com o enredo baseado do livro de sua autoria “O Cacau é Show”.

Segundo Alexandre, que carrega em si todas as características do empreendedor nato, filho de uma vendedora no famoso estilo porta a porta, dos mais variados produtos, desde o início, seu caminho sempre foi permeado de coincidências extraordinárias, ou melhor, encontros que se realizaram, porque houve uma busca. Foi assim, em um momento de intensa procura por uma solução, para um problema que enfrentara, logo no começo, já que vendera sob encomenda, dois mil ovos de páscoa de 50 gramas, e por displicência, não percebeu que o fornecedor não fabricava ovos nesse peso, que apareceu no seu caminho, a doceira, dona Cleusa Trentin. Ela propôs uma saída para Alexandre: fabricar seu próprio produto. Nascia ali, sua paixão pelo chocolate. “Mais do que qualquer outra coisa, eu sou um chocolateiro”. Define-se, duas décadas depois.

Como característica da classe de empresários obstinados, Alexandre afirma que no começo de tudo, teve que abrir mão de algumas paixões, como o vôlei, ou as peladas com os amigos. Seus “sacrifícios”, no entanto, foram válidos e os resultados não tardaram a aparecer; “Minha dedicação foi essencial para o rápido crescimento da Cacau Show”. Entretanto, o empresário reconhece não saber, onde começa sua vida pessoal e da empresa que criou, tamanho o envolvimento. “Já lotei três passaportes e quase todas as minhas viagens internacionais tiveram relação com chocolate”.

Criativo, humilde, visionário, inovador, arrojado, realizador, dedicado, responsável tanto social, quanto pessoalmente, são algumas características importantes do perfil de Alexandre, que fica transparente ao longo livro. Logicamente, que nem tudo são flores, em suas relações deve haver pontos negativos, como em tudo na vida, e que não são mostrados, já que este não é o objetivo do livro, além do mais, as histórias costumam ser romantizadas. Contudo, qualquer outra coisa negativa, torna-se mero detalhe, tendo em vista seu crescimento, sua capacidade de conservar sua essência, de tratar os funcionários com igualdade, no sentido de que acima de tudo, são dignas de respeito, pois cada pessoa tem seu valor a ser agregado à empresa. Esse é o diferencial desse jovem empresário de 40 anos, que se orgulha de ter seu nome ao lado de grandes empreendedores brasileiros, como Silvio Santos e Antônio Ermírio de Moraes.  

A história de sucesso de Alexandre é de grande valia, para encorajar o empreendedorismo no leitor. Além de servir como difusão e propagação da boa imagem de sua empresa, é também um cartão de visita para a conquista de novos franquiados. Sem contar a apresentação no mundo dos negócios. Alexandre, além de ser empreendedor nato, é um “vendedor de sonhos”. É, no entanto, responsável pelo que se propõe a vender. Ele é a mola propulsora que inspira e ao mesmo tempo contra mola que resiste ao fracasso.

Como bem diz Tejon, no último capítulo do livro, “nada pode ser melhor do que aquilo que é cultivado com amor”, ao comparar Alexandre com o Pequeno Príncipe, que perguntado, por exemplo, porque sua flor é a mais bonita do mundo, e ele responde que ela é a mais bonita, porque é ele quem a cultiva. Alexandre, com sua real fábrica de chocolates, é realmente, um grande exemplo disso. Sua história nos ensina que, para ser bem sucedido na carreira, qualquer que seja ela, é preciso ter coragem de mudar, assumir riscos, ter os olhos no presente e ao mesmo tempo, ter novas perspectivas, não estagnar, não pensar apenas na remuneração, o dinheiro deve ser a consequência, e não a causa do trabalho.
  
Afinal de contas, o mundo não para, está sempre dando voltas, sendo assim, por que não girar junto com ele? Isso, contudo, requer tempo, disponibilidade, envolvimento, entrega total àquilo a que nos determinamos a fazer; enfim, muita paixão. Esta é a visão e a história de um vencedor, completamente apaixonado pela escolha que fez para sua vida.

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